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Flocky - 1

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Flocky - 1


“Tributo para o pequeno inocente que se foi... levando apenas o carinho e amor consigo mesmo”



São Paulo, ano de 2012, Dezembro.

– Mãe! – grita a menina que acabou de completar 12 anos de idade, correndo de cabelos longos, escuros e meio encaracolados, pelo corredor estreito da casa, entrando pela porta da sala a direita, passando pela mesma, atravessando o corredor e a copa, até a cozinha bem ao lado, onde sua mãe, morena, de altura média estava cozinhando de costas para ela.

– Que foi menina?! – pergunta ela, com atenção apenas no fogão.

– Olha! Olha! – insiste a menina.

Então, um latido agudo e ligeiramente baixo se é ouvido, e a mãe, parou e arregalou os olhos, virando-se e percebendo o pequeno animal.

Um pequeno filhote, ainda com semanas de vida, com pelos totalmente negros e cacheados estava nas mãos de sua filha, que estava com os brilhando de alegria e ansiedade, quase pulando em pé no chão.

– Seu tio realmente te deu? – perguntou a mãe em tom levemente de desgosto, tentando não demonstrar e dando um leve mas contido, sorriso.

– Mãe? – chamei chegando em casa, de mochila nas costas, sentindo o vento forte que anunciava chuva.

Logo passei pela sala e cheguei na cozinha, e parei, observando o novo membro da família.

– Ele não é lindo Fê?! – perguntou minha irmã muito entusiasmada.

– Claro – respondi tentando colocar um sorriso no rosto para não desanimar ela.

– Mãe vou levar prás meninas verem! – falou ela e saiu em disparada pela porta da cozinha.

Nesse instante, o outro membro da família, viu a minha irmã e o novo pequeno membro e começou a latir, assustando tanto a menina, minha irmã, como o pequeno cãozinho de pelos negros.

Rapidamente ela passou com o filhote em seus braços pelo cachorro nosso, correu pelo corredor novamente ansiosa e saiu para rua, para ir à casa de suas primas.

– O que você achou disso? – perguntei a minha mãe que, ao ouvir minha pergunta, deu um suspiro, virando-se para o fogão com uma expressão de desaprovação e respondeu.

– Acho que se o padrinho dela quis dar, é uma escolha dele, mas ela sabe que vai ter que cuidar, apesar de que, quem vai gastar o dinheiro serei eu... – respondeu-me.

– Entendo... – respondi a ela, me virando para sair mas ela me chama e pergunta.

– E você? – perguntou ela parando de fazer comida por um instante – parece que você não gostou, logo você que ama cachorros.

Não contive o suspiro de desaprovação e olhando rapidamente para minha mãe, apenas tentei explicar, sem detalhes a minha opinião.

– Eu gosto, achei ele lindo e fofo e entendo o seu lado... só... não achei uma boa ideia, de nenhum ponto de vista... – tentei explicar.

– Por quê? Não acha q ela vai cuidar? – perguntou minha mãe desconfiada.

– Não é isso... sei que ela vai cuidar, e muito bem, afinal ela também gosta de cachorros mas... só não acho que isso vá acabar bem – respondi com mais sinceridade e sai da cozinha, indo para a sala.

O resto daquela noite de final de ano, foi muito interessante.

Logo mais minha irmã voltou, toda alegre com o filhote no colo, e o outro cachorro da família que ficava do lado de fora, voltou a latir ansioso para conhecer e brincar com o novo membro da família.

Rapidamente minha irmã voltou para dentro de casa falando com o nosso outro cachorro que em breve os dois brincariam juntos, mas que agora não, e logo ela colocou o pequeno no chão, que tratou logo de procurar um canto para satisfazer a suas vontades.

Minha mãe, que estava comigo na sala, logo advertiu minha irmã da situação e falou que ela cuidaria de todos esses detalhes e que quando ele ficasse maior, ficaria do lado de fora com o outro.

Logo as duas começaram a discutir, o que é de praxe na casa, as duas discutindo. Enquanto minha irmã limpava as necessidades de seu filhote, reclamando mas falando que iria cuidar dele, só que não iria por ele do lado de fora.

Da casa de nossa tia, minha irmã havia trazido comida para filhotes e um potinho com agua, e arrumou um canto para o filhote, na copa mesmo, e o colocou dentro de um balde onde ele cabia certinho (mal sabia ela, que nosso primeiro cachorro, quando chegou em casa, também cabia nesse balde amarelo e redondo, certinho).

Quase 11 da noite, e todos foram dormir, eu dormia na sala, ao lado da copa, numa cama improvisada num canto, e essa noite, e as demais, seguiram normalmente como outras qualquer, Exceto quando dava 8 da manhã, e o filhote de cachorro preto, acordava todo mundo com seus latidos de atenção e carência.

***


Nessa manhã seguinte, um domingo, haveria uma pequena festa em casa, para comemorar o aniversário de minha irmã, então minha irmã, e minha tia e prima, mais velha, estavam ocupadas preparando a pequena festinha.

Como é de praxe em casa também, eu não ajudo por que elas dizem que homem só atrapalha (a não ser que seja para carregar as coisas pesadas de um lado para o outro da casa).

Enquanto isso, minha irmã e as primas pequenas estavam cuidando do pequeno filhote, e colocando-o próximo do nosso cachorro mais velho, que o cheirava incessantemente e cheio de animação.

– Ei! Gê! – chamei minha irmã que logo veio para dentro da casa e ficou na sala com suas primas e comigo – já decidiu o nome dele?

– Flocky! – respondeu ela de imediato me fazendo arregalar os olhos de surpresa.

– Nossa que rápido! – comentei rindo.

– Ah! Foi a Lê que me ajudou a decidir – falou ela, apontando para a sua prima de quase mesma idade, porem bem mais morena e um pouco mais alta, apesar de ser um mês mais nova.

– É! –comentou ela se explicando – é que ele é tão fofinho, tão redondinho e o pelo dele é tão encaracoladinho! Parece um floquinho de neve! Só que preto! – comentou ela rindo e todo mundo, inclusive eu, estava rindo junto da brincadeira.

Mesmo com esse clima, e o cãozinho ali, feliz e agora no chão, mordendo os pés das crianças, meus olhos estavam fixos nele, e o meu sentimento de tristeza sabia, sabia de tudo, e não poderia fazer nada.
Uma pequena história que... bem... pode se dizer q foi baseada em fatos reais? ou talvez seja real.. não sei bem como explicar.

Parte 2 - Flocky - 2
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