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Perola Negra com Manchas Vermelho-Sangue

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Pérola Negra com mancha vermelho-sangue.



Musica: EXO – Black Pearl




“Todo ser que vive, ou possuí energia, emite um tipo de luz. Mesmo que esse ser seja feito de escuridão ou manchado pelo sangue.... Sua alma irá brilhar, mesmo que brilhe foscamente…”



Existe um lugar, em meio a escuridão, onde a mente não alcança, mas a alma sim, especialmente quando dorme e sonha longe, mais longe do que a mente pode alcançar...

Esse lugar, onde a falta da luz faz as almas se perderem em meio ao seu caminho no escuro, havia um pequeno brilho fosco, do tamanho de uma pequena e raríssima pérola negra.

Ela brilhava fracamente e sozinha, mais forte que as outras em pleno ar.

Não havia chão onde pisar, mas os passos silenciosos daquele animal antropomórfico continuam seguindo em direção aquela pequena peça brilhante, parando em frente a ela.

Ele a olhou fixamente com seus olhos cor de âmbar e o seu grande corpo de lobo negro foi sugado para dentro do fragmento negro.

Sendo levado através do tempo e espaço, o rosto do lobo negro não piscava e parecia sério e decidido.

***


Naquele mundo onde o animal foi arrastado, ele nada mais era que um fragmento de alma, observando a guerra que se passava.

Humanos com cajados e espadas, vestidos como cavaleiros e outros em cima de cavalos com roupas negras e tocas caídas pelos movimentos bruscos, em cima dos animais.

O animal que flutuava no ar, a um metro do chão, estava sob o corpo de um jovem soldado onde em seu corpo e armadura, haviam diversas flechas fincadas e cortes de que ele havia perdido em batalha, porem a sua alma não estava ali.

Atrás do lobo, um homem dá um grito de invocação em alto e bom tom.

Ao se virar o animal vê a energia visível do humano formando uma estrela de sete pontas invertida, brilhando intensamente e o homem suando frio.

O símbolo sai da frente do homem e vai até o humano que estava morto, marcando seu peito e desfazendo as flechas e tornando-as pó ao vento.

A Alma do jovem que estava morto aparece de dentro do símbolo acorrentada e de olhos negros, domados e sem esperança nenhuma.

A alma volta ao corpo sendo recolocada a força pela magia do homem que ria alto, mais e mais alto até cair morto com uma flecha em seu pescoço bem pela frente e depois outras acertam suas costas e pernas, por último o cavalo nas pernas e pescoço. Ambos caem no chão melado e mortos, marcando o chão de vermelho-sangue.

Quando o lobo se vira de volta para o corpo do jovem guerreiro, o mesmo já estava de pé, com seus olhos negros abertos e sangue escorrendo pelos mesmos lentamente pelo seu rosto.

Seu corpo da cintura para cima, agora, sem a armadura e desnudo e ao mesmo tempo com marcas apenas do que um dia foi uma ferida fatal no peito, cabelos curtos porem lisos na metade da testa, pele branca e magro, com tatuagem no corpo e brincos dos dois lados, porém, na direita, um caído em baixo e na direito, três furos na parte mais alta.

No céu escuro, agora luzes de relâmpagos podiam ser vistas e seus trovoes se faziam presentes, enchendo o coração dos vivos de temor pela tempestade.

No primeiro passo que o jovem recém voltado de sua morte havia dado, a tempestade cai com força do céu enquanto ele simplesmente movia os braços para trás e para frente em direção ao exército inimigo.

Uma forte lufada de vento acompanhou o seu movimento ligeiramente e toda a infantaria a frente foi ao chão morta de olhos revirados.

“ Ah! ” Gritava a alma do homem que o invocou o morto em êxtase e falava “Eu consegui! Transformei um morto em um vivo e dei-lhe poder para ser a pior das armas humanas! Ah! ”

Nesse momento, dentre os relâmpagos, três seres muito brilhantes desceram do céu, todos com três pares de asas.

Do alto, os três parados, observando o ser morto, agora com vida e destruindo todo o exército inimigo sozinho sem fazer esforço, se entre olharam e suas energias sibilaram um instante em suspiro.

Cada um estendeu algo similar a um braço direito e a frente de todos, um símbolo, com muitas linhas entrelaçadas e um círculo interno ligando todos com outro externo ligando suas pontas, um dodecagrama.

“Não acredito nisso.... Não... Não pode ser real...” Ele pensava enquanto sua mente não acreditava no que seus ‘olhos’ viam.

O símbolo à frente dos seres girou e brilhou, mais forte que a própria luz do sol poderia ser em bilhões de anos até que apenas a houve-se a mesma no local.

Não havia mais guerra. Apenas Luz.

Luz que se esvaia do mesmo jeito que se fez presente.

Quando se foi, a tempestade havia sumido, a guerra havia cessado. Não havia sobreviventes.
Todos estavam no chão dormindo.

“Me soltem! Não! ” Gritava a alma do humano que havia trazido o outro de volta à vida.

Um dos três seres iluminados o estava levando sem se importar com seus gritos enquanto os outros dois o seguiam.

O último que estava mais afastado olhou para trás, em minha direção, porem sua visão atingindo o corpo que havia sido reanimado e que agora estava no chão.

O céu negro e limpo, cheio de estrelas iriam ser o túmulo de todos aqueles homens que haviam batalhado.

Uma raposa se aproxima sorrateira do corpo e o cheira, enquanto o ser observa cauteloso.
Não era uma raposa comum.

Ela sussurrava ao ouvido do corpo caído.

“Eles criaram o véu... Para que você nunca mais acorda-se.... Vamos ter que trabalhar juntos para que você... Tenha aquilo que deseja... A sua vingança.

A Punição dos humanos.... Foi apenas o começo... e você será o fim de todos eles.... Todos. ”


E a mesma sumiu dali.

***


Num piscar de olhos, o Lobo estava ali, de frente para aquele fragmento negro e a frente dele, o ser de luz que havia visto tudo, um anjo.

“ – Demônio Lobo... Precisarei da sua ajuda para salvar uma alma... Sei que somos diferentes... E sei que tens o seu orgulho... Assim como tenho o meu” Dizia ele, o único ser que brilhava no meio da escuridão “Porem, vistes o que houve naquele dia.... Por estar aqui, você pode me ajudar... e.... Por que você deveria fazer isto? Estás pensando. Simplesmente porque ambos têm o mesmo desejo, você e este demônio raposa, e você, melhor do que ninguém, sabe o preço do que ele deseja, se quiser ajuda-lo, eu sou o seu meio... se quiser me ajudar, eu tenho um acordo para você... e então, o que prefere? ” Disse o anjo, estendendo a sua mão de pura luz para o demônio lobo de olhos âmbar.

“Temos um acordo... Anjo. E o meu desejo será... Ser sempre livre... jamais renascer... e sempre viver”. Disse ele, pegando na mão do anjo “E já cansei de comer almas.... Quero algo mais divertido.... Como humanos”.



“Você... Não deseja ser uma arma... Você deseja ser.... Livre... Não é? Pequeno demônio…”. Pensou o anjo em seu mais novo e primeiro contrato com um demônio que devorava almas.
"Histórias ou Estorias... de vidas que se cruzam.. se cruzaram.... onde as decisões são tomadas envolvendo o sentimento de cada um... onde laços podem ou não existir num universo externo ao outro que mal sabe de nada...."
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